Com a proximidade do parto, as futuras mães temem que a bolsa d’água estoure subitamente em público. A cena é comum em novelas, mas não na vida real. Na maioria dos casos, isso ocorre quando a mulher está na maternidade, em pleno trabalho de parto. “Apenas 10% das grávidas em final da gestação têm a bolsa rompida antes do início do trabalho de parto, que em geral começa com as contrações”, explica o obstetra Jorge Kuhn, professor da Universidade Federal de São Paulo.
A bolsa d’água, que envolve o bebê no útero, é formada por duas membranas e preenchida pelo líquido amniótico. Tem a função de proteger o bebê contra traumas e infecções. Depois que ela se rompe, o parto ocorre, no máximo, nas 48 horas seguintes. Alguns obstetras, no entanto, optam por induzir o nascimento com medicamentos em seguida, a fim de evitar infecções.
Como saber se a bolsa estourou de verdade?
“Não é difícil identificar, já que a perda de água é intensa e, ao contrário da urina, a gestante não consegue controlar”, diz o obstetra Luciano Gibran, do Hospital e Maternidade São Camilo. O líquido amniótico tem cor clara, quase transparente, e cheiro de água sanitária. Em alguns casos, porém, o rompimento se dá sutilmente, gotejando aos poucos.
E o que a grávida deve fazer quando a bolsa estoura?
A primeira coisa é manter a calma. O estouro da bolsa não significa que o bebê nascerá imediatamente. Se o líquido for transparente, você não precisa ter pressa. Ligue para o seu companheiro e o seu médico, tome um banho, arrume as coisas e vá para a maternidade. Se junto com o líquido sair uma secreção de coloração escura, siga para o hospital rapidamente. Quando adquire cor, pode indicar, por exemplo, que houve o descolamento de placenta.
Se a bolsa romper antes do fim da gestação, vá para a maternidade e ligue para seu obstetra. Há casos em que o médico consegue adiar o parto para que o bebê se desenvolva um pouco mais. Como o líquido continua a ser produzido pela placenta, a mulher deve ficar em repouso para mantê-lo.