Descubra as principais causas da incontinência urinária na gravidez


Idas mais frequentes ao banheiro para urinar é uma situação rotineira para as gestantes. Quanto mais a gestação avança e maior fica a barriga, menor o espaço entre uma visita e outra ao toalete.

Achadinhos Meubbee

Muitas mulheres desenvolvem incontinência urinária na gravidez. A estimativa é que o problema acometa 40% das gestantes, sendo uma condição normal para o período, mas que pode exigir uma atenção maior quando gera constrangimentos ou os escapes acontecem várias vezes ao longo do dia e permanecem por mais de três meses após o parto.

Neste artigo vamos explicar as principais causas da incontinência urinária na gravidez e como é feito o tratamento, além de dar dicas para evitar o problema. Confira!

Os tipos de incontinência urinária

Antes de falarmos sobre as principais causas da incontinência urinária na gravidez, vamos brevemente diferenciar os três tipos possíveis:

  • incontinência urinária por esforço — a perda de urina acontece quando a gestante faz um esforço abdominal, como tossir, espirrar ou gargalhar;
  • incontinência urinária de urgência — a grávida sente vontade urgente e súbita de urinar, não conseguindo chegar ao banheiro a tempo de evitar o escape de urina;
  • incontinência mista — quando a perda de urina acontece simultaneamente nas duas situações citadas acima.

A incontinência urinária na gravidez

Abaixo explicamos as principais causas de incontinência urinária durante a gestação.

Crescimento do útero

O crescimento do útero para acomodar o bebê reorganiza os órgãos da mãe no abdômen, exercendo uma pressão maior sobre a bexiga. Comprimida, ela perde capacidade de armazenamento de urina, fazendo com que a necessidade de ir ao banheiro seja mais frequente. Qualquer esforço abdominal pode provocar a perda involuntária de urina, devido à dificuldade da gestante de controlar a bexiga.

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Peso do bebê

Bebês mais pesados exercem uma pressão maior sobre os músculos do assoalho pélvico da mãe, exigindo mais dessa musculatura. O peso cada vez maior, devido ao crescimento do bebê, relaxa a musculatura do esfíncter urinário, favorecendo a perda involuntária de urina.

Hormônios da gravidez

Os hormônios da gravidez têm efeito relaxante sobre a musculatura da mãe, atingindo o assoalho pélvico e os esfíncteres. Essa frouxidão compromete a capacidade de controle da bexiga.

Diabetes gestacional e tabagismo

Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com 7 mil mulheres, indicou que o diabetes gestacional e o tabagismo — além do ganho excessivo de peso — são fatores de risco relacionados a uma maior ocorrência de incontinência urinária na gravidez.

O estudo comparou gestantes das cidades de São Luís e Ribeirão Preto. Na cidade paulista, onde o índice de gestantes fumantes foi de 15% (na cidade maranhense são 10%) houve uma prevalência maior de incontinência urinária durante a gestação.

A incontinência urinária no pós-parto

Geralmente, três meses após o nascimento do bebê, há uma melhora espontânea da incontinência urinária. O útero volta ao tamanho normal e os órgãos do abdômen se encaixam novamente em seus lugares. Com isso, os músculos do assoalho pélvico são liberados da pressão exercida pelo peso do bebê e do útero aumentado e a bexiga recupera sua capacidade de armazenamento.

Em alguns casos, no entanto, a perda involuntária de urina persiste e é preciso buscar ajuda médica. Veja abaixo as principais razões da persistência da incontinência urinária no pós-parto.

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Bebê com mais de 4 quilos

Crianças que nascem com mais de 4 quilos exercem mais pressão sobre o canal de parto, podendo provocar uma laceração maior do períneo, relaxando sua musculatura e causando lesões que dificultam a recuperação do tônus muscular da região, comprometendo o controle do esfíncter urinário após o parto.

Trabalho de parto prolongado

Quando a velocidade do trabalho de parto ativo — após superar os 4 cm de dilatação — é superior a 1 cm por hora, pode ser sinal de trabalho de parto prolongado. Partos que demoram mais que 20 horas exigem muito da musculatura do assoalho pélvico e esticam excessivamente o períneo, enfraquecendo esse grupo muscular e comprometendo sua funcionalidade de controlar a saída de urina.

O tratamento para incontinência urinária na gravidez e pós-parto

Como vimos, as principais causas de incontinência urinária no período gestacional e pós-gestação estão relacionados ao enfraquecimento da musculatura perineal, do assoalho pélvico e abdominal. Portanto, para solucionar o problema, é preciso restabelecer e fortalecer essas musculaturas para que elas sofram menos com o peso e os hormônios da gravidez e possam ser mais resistentes ao parto.

Normalmente são usadas algumas abordagens básicas para tratar o problema. Veja!

  • exercícios fisioterapêuticos para fortalecer a musculatura — como os exercícios de Kegel para a contração do assoalho pélvico;
  • fisioterapia com estímulo elétrico — os músculos pélvicos são estimulados por meio de ondas elétricas leves, emitidas por um aparelho;
  • medicamentos — receitados no pós-parto quando a incontinência é persistente, esses remédios reduzem as contrações da bexiga ou agem melhorando a ação do esfíncter urinário;
  • cirurgia — feita no pós-parto quando o problema é mais extenso e os resultados fisioterapêuticos e o uso de medicamentos não são satisfatórios; é colocado, via vaginal, um dispositivo para ajudar na sustentação da bexiga e recuperação do controle mictório.
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A prevenção da incontinência urinária na gravidez e pós-parto

É possível prevenir a incontinência urinária no período gestacional com medidas muito simples.

Controlando o peso

Evitar o ganho excessivo de peso reduz a sobrecarga na musculatura pélvica, além de evitar outros problemas como hipertensão e diabetes gestacional.

Evitando o cigarro

Gestantes definitivamente não devem fumar. Além de trazer inúmeros riscos para o bebê, o fumo também tem efeito negativo sobre a musculatura de controle da urina.

Não prendendo a urina

Ainda que seja incômodo ir ao banheiro muitas vezes, prender a urina pode levar à incontinência. Isso porque a capacidade da bexiga está mais limitada e a musculatura sobrecarregada, além de poder causar infecção urinária.

Esvaziando a bexiga com frequência

Ir ao banheiro a cada hora, mesmo que não esteja com vontade, ajuda a prevenir a incontinência.

Fazendo exercícios de fortalecimento da estrutura pélvica e abdominal

Além dos exercícios de Kegel, pilates e ioga podem ajudar nesse fortalecimento e no bem-estar geral da mulher.

Ainda que seja normal ter alguma perda de urina, a mulher deve ficar atenta aos episódios recorrentes que possam indicar uma incontinência urinária na gravidez. Nesses casos, o mais indicado é falar com o obstetra e iniciar exercícios de fortalecimento da musculatura perineal como forma de tratamento, prevenção e preparo para o parto, evitando, assim, o agravamento do problema durante a gestação e após o nascimento do bebê.

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